Ontem cheguei a noite em Potosi e achei um albergue chamado "Koala". Para um quarto compartilhado, com cinco camas, eles pedem 30bs por pessoa (uns R$8,00). Não é muito comum albergues na Bolívia e esse até que está bem. Limpo e com café da manha incluído.
Saí hoje, as 9:00, para uma visita às minas de Cerro Rico, uma serra bem em frente à cidade. Potosi teve umas das maiores minas de prata do mundo, que hoje continuam funcionando, mas na exploração de estanho e outros metais menos preciosos. Os espanhóis "limparam" a região por 200 anos. Dizem que as toneladas de prata de Potosi financiaram o enriquecimento das principais cidades europeias da época.
As condicoes de trabalho dos mineiros, hoje em dia, não difere muito das do século XVI. É impressionante. São quilometros de corredores subterrâneos. Em alguns momentos tem que se engatinhar pra passar. Os carrinhos vêm carregados (toneladas) e são empurrados na mao, por uns quatro mineiros. Parece que antigamente havia mulas; hoje não. Quanto mais a gente vai descendo mais o ar vai ficando rarefeito e intoxicado de arsênico e outros gases; além de poeira; terra. Potosi está a mais de 4.000 mts de altura, então respirar fora das minas já é meio pesado. A expectativa de vida deles (mineiros) é de 40, 45 anos. O pulmão não aguenta. Pra suportar a pedreira, eles passam o dia mascando folha de coca. Não saem pra almoçar. Só comem de manha, e na saída. O resto do dia é coca, que ajuda na oxigenação e dá energia. Fiquei lá dentro umas três horas, também mascando coca.
Já tinham me dito que haviam crianças trabalhando nessas minas e enquanto estávamos la passou um garoto de uns 14 anos empurrando um carrinho.O interessante da visita é que eles não mudam nada em função da nossa presença lá. É uma mina em funcionamento, com péssimas condicoes de trabalho e que deixam um cara entrar levando um grupo de turistas. Provavelmente esse guia deve dar um dinheiro pra eles. E nós, levamos folhas de coca e bebidas, como presente.
Me disseram que os três carros mais caros da Bolívia estão aqui, em Potosi. São dos donos dessas minas.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
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4 comentários:
Maneiro hein, Fil!! Quero ver essas fotos e vídeos depois!
Grande abraço e oxigena o pulmão!
Ainda bem que eu só soube quando vc saiu de lá!!! Que medo...
Posta foto Fil!!
Saudade!!
mari
Nossaaa...que medo desse lugar!
Saudades!
Se cuida!
Ah!Conta a história das "Cabanas do Pirai".
Muitos beijos.
Oi Felipe,
Que viagem !!!! Quero ver as fotos e ouvir as histórias.
Se cuida e qualquer coisa berra.
João Ferrer
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