quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Potosí

Ontem cheguei a noite em Potosi e achei um albergue chamado "Koala". Para um quarto compartilhado, com cinco camas, eles pedem 30bs por pessoa (uns R$8,00). Não é muito comum albergues na Bolívia e esse até que está bem. Limpo e com café da manha incluído.
Saí hoje, as 9:00, para uma visita às minas de Cerro Rico, uma serra bem em frente à cidade. Potosi teve umas das maiores minas de prata do mundo, que hoje continuam funcionando, mas na exploração de estanho e outros metais menos preciosos. Os espanhóis "limparam" a região por 200 anos. Dizem que as toneladas de prata de Potosi financiaram o enriquecimento das principais cidades europeias da época.
As condicoes de trabalho dos mineiros, hoje em dia, não difere muito das do século XVI. É impressionante. São quilometros de corredores subterrâneos. Em alguns momentos tem que se engatinhar pra passar. Os carrinhos vêm carregados (toneladas) e são empurrados na mao, por uns quatro mineiros. Parece que antigamente havia mulas; hoje não. Quanto mais a gente vai descendo mais o ar vai ficando rarefeito e intoxicado de arsênico e outros gases; além de poeira; terra. Potosi está a mais de 4.000 mts de altura, então respirar fora das minas já é meio pesado. A expectativa de vida deles (mineiros) é de 40, 45 anos. O pulmão não aguenta. Pra suportar a pedreira, eles passam o dia mascando folha de coca. Não saem pra almoçar. Só comem de manha, e na saída. O resto do dia é coca, que ajuda na oxigenação e dá energia. Fiquei lá dentro umas três horas, também mascando coca.
Já tinham me dito que haviam crianças trabalhando nessas minas e enquanto estávamos la passou um garoto de uns 14 anos empurrando um carrinho.O interessante da visita é que eles não mudam nada em função da nossa presença lá. É uma mina em funcionamento, com péssimas condicoes de trabalho e que deixam um cara entrar levando um grupo de turistas. Provavelmente esse guia deve dar um dinheiro pra eles. E nós, levamos folhas de coca e bebidas, como presente.
Me disseram que os três carros mais caros da Bolívia estão aqui, em Potosi. São dos donos dessas minas.

4 comentários:

Fernando disse...

Maneiro hein, Fil!! Quero ver essas fotos e vídeos depois!

Grande abraço e oxigena o pulmão!

Lia Sabugosa disse...

Ainda bem que eu só soube quando vc saiu de lá!!! Que medo...

Posta foto Fil!!


Saudade!!

Ana Paula Cunha disse...

mari
Nossaaa...que medo desse lugar!

Saudades!
Se cuida!

Ah!Conta a história das "Cabanas do Pirai".

Muitos beijos.

Joao Ferrer disse...

Oi Felipe,
Que viagem !!!! Quero ver as fotos e ouvir as histórias.
Se cuida e qualquer coisa berra.
João Ferrer