sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Potosí 2

De manha fui ao Mercado Chuquimia (mercado popular onde se vende comida e serve-se almoco) onde peguei uma van para Miraflores. As vans saem lotadas e vim com duas criancas praticamente no meu colo. Pedi ao motorista que me avisasse quando estivessemos perto da Lagoa de Tarapaya. Ele se esqueceu e fui parar em Miraflores. Me pediu desculpas e pediu para o motoriasta de outra van que me levasse ate lá.
Enquanto esperava dei uma volta até os baños, onde as pessoas se banham em grandes piscinas de concreto (cobertas) de água termal. Criancas e adultos brincando felizes. Os maios das mulheres sao engracados, com franjas e etc.
Peguei a outra van e depois de alguns minutos o motorista parou no meio da estrada de terra, abriu a porta pra mim e apontou para o alto de um morro de terra e pedras. Subi uma trilha e cheguei a area plana onde estava a lagoa. Um circulo perfeito, de águas termais. Haviam tres pessoas lá. O casal que toma conta da área e um turista brasileiro (primeiro que vi ate agora, na Bolivia) que esta rodando a America Latina de bicicleta. Fiquei um bom tempo dentro d'agua, vendo as montanhas em volta, onde alguns Incas foram mortos pelos espanhois. Dizem que o fundo da lagoa (que nunca foi alcancado por ninguem, segunda as lendas locais. Juram que ela nao tem fundo) esta cheio de tesouro Inca. Eles teriam jogado tudo que tinham de valor na lagoa. "Se nao podemos ter, os espanhois tambem nao o terao".
Na volta a Potosí, sentei na van ao lado de uma mulher com seu filho bebê. Ela se chama Maria e me disse que seu pai era mineiro e morreu aos 47 anos depois de 4 anos de doencas de pulmao. Ela foi a La Paz diversas vezes durante esse periodo pra conseguir ajuda do governo. Contou que depois de chorar algumas vezes na frente de muitos que lá trabalhavam, conseguiu um apoio financeiro que chegou tarde demais. Perdeu seu pai pra mina e me disse que aquele dinheiro nao lhe vale de nada. Nunca mais vai ver seu pai novamente.
De volta a Potosí, almocei no Mercado Chuquimia e fui a Casa de La Moneda. Potosí foi tao rica que construiram, no seculo XVIII, uma casa da moeda. O museu é enorme e a visita foi mais engracadas porque haviam cinco cholas bolivianas (camponesas idososas, pobres, que se ventem com vestes típicas) que se sentavam nas cadeiras que já foram de nobres e achavam tudo lindo. Fiquei curioso pra saber se elas pagaram a entrada. Mas acho que tem um lance de entrada liberada para algumas pessoas locais.
Passei agora ha pouco no Mercado Central pra comprar algumas coisas de la (nao tenho acentos aqui mas ponham um til no "a") , pro frio. Aqui já é bastante frio e soube que em Ururo (meu proximo destino) é ainda mais.

2 comentários:

Ana Paula Cunha disse...

que aventura com essa vam...

Fil, posta foto!

Ah!eu tô usando o login da Papoula.
Equeci a senha do meu gmail.

Saudades!
Se cuida!

Beijo, beijo, beijo, beijo, beijo
mari

daniel lopes disse...

fala fil,

to acompanhando a epopeia.... pergunta, cerveja no salar eh michelada? hehe
abs